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IBP, Montfort et TFP
par MGC 2016-03-14 18:10:22
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A briga continua.

IBP Brasil e Montfort atacam Plínio Corrêa de Oliveira e a TFP.

Por Manoel Gonzaga Castro* | FratresInUnum.com

Em novembro de 2015, antes de iniciar nosso merecido e longo recesso, publicamos um artigo essencialmente informativo (e não opinativo) sobre o ressurgimento da TFP no Brasil. Porém, alguns leitores – especialmente o que seguem em maior ou menor grau as teses do Professor Orlando Fedeli – interpretaram-no como uma defesa dessa associação.

Diante desse entendimento equivocado, gostaríamos de declarar nossa isenção nesse debate, observando apenas que, em nossa modesta opinião, a disputa entre a TFP e a Montfort sobre Plínio Corrêa de Oliveira tem carecido de qualidade, havendo mais baixaria que argumentação séria. Infelizmente, o “comadrismo de peitoril” tem dominado a cena.

Ao falar do ressurgimento da TFP, quisemos apenas constatar um fato objetivo. Realmente, eles têm recobrado força e influência, inclusive porque têm, como mencionado no artigo, recebido o apoio de importantes lideranças eclesiásticas, como do Cardeal Raymond Burke e de Dom Athanasius Schneider, apoios explícitos de que a Montfort, sua principal adversária, ainda (ou pelo menos ainda) carece.

Até o momento, o maior apoio que a Montfort alega ter recebido foi um encorajamento oral por parte de Mons. Guido Pozzo, o que, aliás, causou estranhamento entre observadores atentos, dada as posições diametralmente opostas entre o fundador da Montfort – o Professor Orlando Fedeli – e esse prelado a respeito do Concílio Vaticano II (ver Conferência de Mons. Pozzo, dada no IBP, sobre a continuidade do Vaticano II).

A reação do IBP Brasil

Esclarecidos esses pontos, cumpre informar que o IBP Brasil, composto por padres do IBP incialmente formados na Montfort (Daniel Pinheiro, Renato Coelho e Luiz Fernando Pasquotto), também reagiu contra a TFP.

Não se sabe exatamente a causa dessa reação súbita, haja vista que esses sacerdotes vinham convivendo em harmonia com os membros do que consideram “seita” em suas missas, administrando-lhes inclusive a Sagrada Comunhão.

Há quem atribua essa repentina reação ao fato de essa convivência harmônica ter sido tornada pública justamente pelo artigo “E a TFP ressurge no Brasil”, o que fez com que os padres do IBP, egressos da Montfort, fossem pressionados por suas bases montfortianas a tomar uma posição. Se nada falassem, seriam considerados traidores do Professor Fedeli.

Padre Renato Coelho

A principal reação, então, veio do Padre Renato Coelho. Em sermão, que foi publicado no site do IBP SP em 22 de novembro de 2015, ele atacou explicitamente a figura de Plínio Corrêa de Oliveira, contrariando, dessa forma, a opinião do bispo que o ordenou sacerdote, Dom Athanasius Schneider (recorde-se aqui outro grande elogio desse bispo a PCO por ocasião do 20º aniversário da morte de Plínio).

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Dom Athanasius Schneider e Pe. Renato Coelho durante a ordenação deste em dezembro de 2013, na França.
Pe. Renato remeteu-se diretamente a Dom Athanasius Schneider, o que pode ter causado problemas políticos ao instituto, haja vista que esse bispo conferiu e ainda há de conferir provavelmente muitas ordenações ao instituto. Ainda em 2015, ele fez sacerdotes mais dois seminaristas do IBP provenientes da Montfort, a saber, Tomás Parra e Pedro Gubitoso, além de ordenar diácono o filho do próprio Alberto Zucchi, José Luiz.

Assim, esse sermão foi retirado do site do IBP-SP (e é razoável supor que o foi por ordens superiores), o que causou constrangimento para Zucchi, o qual procurou ocultar de seus seguidores a subtração do ataque à TFP do site do IBP-SP.

Pe. Matthieu Raffray, superior do IBP na América Latina, que tem amigos na TFP, não quer que os sacerdotes do Bom Pastor assumam as brigas que são contendas históricas e próprias da Montfort.

Fontes atestam que, para Pe. Raffray, os sacerdotes do IBP no Brasil têm de atuar com independência, afastando-se o máximo possível das influências do grupo Montfort, especialmente de seu atual líder, o leigo Alberto Zucchi.

Há, no entanto, o reconhecimento de que isso é relativamente difícil, dada a grande dependência dos padres de São Paulo em relação ao grupo Montfort.

Os superiores do IBP esperam que mesmo essa dependência seja logo superada por meio da conquista de fiéis não montfortianos, tarefa na qual eles, entretanto, não têm sido bem sucedidos, haja vista a boa oferta de missa tradicional na capital paulista, em ambientes considerados neutros. Com efeito, as missas do IBP em São Paulo têm estado vazias, o que acaba por manter o status quo.

Quanto ao sermão do Pe. Renato retirado do site do IBP, felizmente, Fratres in Unum tem esse sermão salvo.

Segue um excerto, em que Pe. Renato cita o sermão-elogio de Dom Athanasius a Plínio e fala em tom que foi percebido como irônico, acusando-o de proferir uma “temeridade”, tendo em conta a comparação que o bispo fez entre Plínio e Santa Teresinha:

Hoje, em 2015, em pleno século XXI, constatamos um dentre outros diversos enganos em matéria de profecia, daquele que é considerado por alguns como sendo um profeta, Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, o qual, em 1951, dizia que “o século XX será, não só o século da grande luta, mas sobretudo o século do imenso triunfo” (Plínio Corrêa de Oliveira, “O século da guerra, da morte e do pecado”, Revista Catolicismo, n. 2, fevereiro de 1951). Triunfo? E ainda por cima “imenso”? Vê-se que tal profecia não se realizou, a não ser que distorçamos o que ele disse ou a realidade na qual vivemos, como fazem os seguidores do protestantismo adventista com os dizeres de Ellen White.

Roberto de Mattei, que considera Dr. Plínio como sendo profeta, também diz que “o critério mais seguro para verificar se alguém é profeta é a realização da sua profecia” (Roberto de Mattei, O cruzado do século XX: Plínio Corrêa de Oliveira), que ele aplique agora esse mesmo princípio para saber se Dr. Plínio é ou não um falso profeta. Em uma certa reunião semanal, Dr. Plínio teria dito que “aquele que luta, sente o absoluto de Deus tocar na sua própria alma” (http://www.pliniocorreadeoliveira.info/BIO_20151003_homilia_d_athanasius_schneider.htm), mas não faz parte do sensus fidei o buscar sentir o absoluto de Deus tocar a própria alma, basta para um católico o querer ter a consciência reta e limpa, buscando sempre e em tudo fazer a vontade de Deus, mesmo na noite escura pela qual sua alma possa estar passando, sem sentir nenhuma consolação espiritual.

Ainda em uma outra reunião, o mesmo teria dito: “eu faço isso com o ímpeto de alma com que um cruzado avançaria na batalha” (ibidem). É mesmo? Querer fazer assim é uma coisa louvável, mas dizer que faz, que consegue, isso está longe da humildade católica.

Daí, portanto, ser uma temeridade dizer que a “Providência Divina fez que este dia [no caso, o dia 3 de outubro] fosse o dia do nascimento para a vida eterna de prof. Plínio Corrêa de Oliveira” (ibidem). Sabemos nós se ele está no Céu? Tomara que sim, mas enquanto a Igreja não o canonizar, devemos rezar em sufrágio pela sua alma e não pedindo sua intercessão, como seria no caso de Santa Terezinha.

Por fim, Pe Renato relembrou os escritos de seu pai espiritual, a saber, o Professor Fedeli, bem como citou a CNBB:

Temamos os falsos profetas e busquemos a verdade acima de tudo e de todos. Fujamos daquilo que cheira estranho, como dizer que “eu já não vivo, é o Sr. Dr. Plínio que vive em mim” (https://youtu.be/0fk-yJIiXtM?t=184), prática citada tanto por Mons. João Clá de modo positivo, como negativamente por Dom Estevão Bettencourt (Pergunte e Responderemos, n. 398, julho 1995, p. 32) e por prof. Orlando Fedeli (No país das maravilhas: a gnose burlesca da TFP e dos Arautos do Evangelho, p. 584). Nesse sentido, convém escutar a CNBB, a qual, em 1985, já dizia: “Os Bispos do Brasil exortam os católicos a não se inscreverem na TFP [atualmente IPCO] e não colaborarem com ela” (Pergunte e Responderemos, n. 398, julho 1995, p. 37). Não fiquemos presos a um homem qualquer, apenas Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, tem o direito absoluto sobre a nossa pessoa.

Outra reação importante veio por parte do Pe. Daniel Pinheiro, que atua em Brasília, em capela própria, a Nossa Senhora das Dores, que foi construída para ele por seus pais.

Padre Daniel Pinheiro

Pe. Daniel também fez uso de seus sermões para atacar a TFP e Plínio. Diferentemente do Pe. Renato, ele fez seus comentários de forma livre, de modo que o texto publicado de seus sermões não continha os ataques. Adicionalmente, ele proibiu os fiéis de conversarem a respeito nas cercanias da capela, o que causou indignação aos diversos membros da TFP que frequentam a Nossa Senhora das Dores, há mais de ano já.

A proibição de discutir, apesar dos ataques desde o púlpito, foi encarada por frequentadores como uma atitude de certa covardia. Alguns membros da TFP deixaram de frequentar a capela, ao menos por um tempo.

* * *

Apesar dessas reações verbais, até o momento, os padres do IBP seguem administrando a Sagrada Eucaristia aos considerados cultuadores de Plínio Corrêa de Oliveira, ato que deveria ser a seus olhos, a julgar pela mera lógica, bem mais grave que o cometido por ex- membro da Montfort que simplesmente assistiu a uma palestra do Prof. Roberto de Mattei.

Além dos sacerdotes do IBP, cumpre informar, que também o Pe. Edivaldo Oliveira, em Fortaleza, ministrou a Sagrada Comunhão notórios membros da TFP.

Padre Mathieu Raffray no Brasil

Em dezembro e janeiro passados, Pe. Matthieu Raffray, superior do IBP para a América Latina, esteve no Brasil. Nessa ocasião, ele pôde participar do Jantar Montfort de Natal.

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Jantar de Natal de 2015 da Associação Montfort.
Ainda durante sua passagem pelo Brasil, PeRaffray solicitou diálogo com a editoria deste blog. Ele acredita que Fratres in Unum, por relatar fatos que acabam por levar à revelação dos profundos vínculos entre a Montfort e o IBP no Brasil, esteja prejudicando o instituto no país.

Infelizmente, por incompatibilidade de agendas, o encontro não pôde se concretizar, mas reafirmamos que o objetivo primordial deste espaço, especialmente desta coluna, é o de informar os católicos sobre a situação da Tradição (não só do IBP, como demonstram nossas colunas passadas) no Brasil, procurando nos ater aos fatos.

Nesse sentido, estamos abertos a todo tipo de retificação ou de esclarecimento que o instituto ou a referida associação venham nos fazer. Nosso compromisso é com a verdade dos fatos. Temos como valor a recusa a qualquer tipo de concessão ou manipulação, ao mesmo tempo em que desejamos o sucesso dos empreendimentos de ambas as instituições.

A reação da Montfort de Alberto Zucchi

Alberto Zucchi, por sua vez, também não deixou de reagir – a seu modo. Porém, ele preferiu não escrever mais nada, dado o insucesso de suas tentativas anteriores, quando não fez mais que chamar os tfpistas de zumbis. Vivendo à sombra do Professor Fedeli, ele apenas republicou um áudio deste sobre o assunto, veiculado pela Rádio Italiana, cinco anos atrás. De novo, foi feito apenas o seguinte comentário, considerado bastante ofensivo e nada argumentativo:

Publicamos hoje, no dia 27 de novembro, em honra a Nossa Senhora das Graças, pedindo que ela proteja aos católicos das garras do demônio, lançadas através destas seitas delirantes, que hoje são tristemente defendidas como expoentes da tradição católica no Brasil.

Alguns membros da TFP se perguntaram se, com esse comentário, a Montfort acredita que seja ela mesma então a expoente da tradição católica no Brasil, mesmo com seu contínuo silêncio pós-Fedeli em relação a temas espinhosos para não desagradar as autoridades eclesiásticas. Eles observam que a Montfort da tradição sequer comentou uma linha sobre a propaganda ecumênica de Francisco, ao passo que se apressou para louvar, numa interpretação dos fatos bastante peculiar, à conclamação de Francisco e Kyrill à resistência contra o mundo moderno.

Além desses silêncios considerados constrangedores para aqueles que se alegam defensores da Tradição, Zucchi também preferiu silenciar no site Montfort sobre a missa dos 20 anos de morte de Plínio Corrêa de Oliveira, ocorrida no Mosteiro de São Bento.

O principal motivo disso foi não estragar a relação com Dom Athanasius Schneider, que poderia, dentre outros, ser o ordenante de seu filho, José Luiz, que deve se tornar sacerdote em meados de 2016.

Não deixa de ser paradoxal o fato de o primeiro contato de Zucchi com Dom Athanasius ter sido intermediado por um antigo conhecido seu e membro da… TFP.

Apesar de não escrever, nem poder atuar em público contra o apoio de Dom Schneider ao IPCO, Zucchi não deixou de atuar nos bastidores.

Ocorrida a missa no Mosteiro de São Bento, ele embalou com uma comitiva rumo a Presidente Prudente, cerca de sete horas de viagem da capital paulista, para pressionar o membros do Instituto Cristandade a publicar uma nota de repúdio à TFP.

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Membros do Instituto Cristandade com Dom Athanasius Schneider.
Segundo apurado por nossa redação, foram mais de oito horas de gritaria, com Zucchi querendo obter de todo jeito do grupo essa nota pública de repúdio, haja vista a assistência de alguns de seus membros à Missa de 20 anos de Plínio Correa de Oliveira. A justificativa de Zucchi era a de que, ao irem à Missa do evento, eles estariam apoiando uma organização que era o braço da maçonaria para destruir a autêntica resistência católica no país. Sem sucesso no convencimento, Zucchi se exasperou.

Segundo relatos, Alex Chirata e Hector Oliveira acompanharam-no na veemência. Chirata, figura pouco conhecida, tornou-se um dos principais auxiliares de Zucchi, após a morte de Fedeli. Hector, por sua vez, ex-carismático, notabilizou-se por tentar uma campanha no facebook em que as fotos de perfil dos usuários seriam trocadas por uma figura de Plinio Correa com um sinal de proibido acompanhada dos dizeres: “Acautelai-vos dos falsos profetas”.

campanha

Essa campanha também não teve muito sucesso.

Embora não convencidos pela argumentação de Zucchi e seus acompanhantes, os membros do Instituto Cristandade temeram mais pela privação do acesso aos padres do IBP. Desde o início da briga, eles não têm mais recebido visitas desses sacerdotes, nem mesmo do Padre Edivaldo Oliveira, também visitador habitual de Presidente Prudente até pouco tempo, tendo ele inclusive fundado um coral no local.

Dessa forma, o grupo Cristandade ficou sem missa tridentina, mesmo que esporádica. Parece que, em certa medida, o atendimento dos padres do IBP e do Pe. Edivaldo está condicionado ao apoio à Montfort.

O significado desses fatos

A disputa, portanto, segue. De um lado, a Montfort acusa a TFP de ser uma seita; de outro, a TFP os ignora, dizendo que já os respondeu, ao mesmo tempo em que observa o declínio doutrinário e a retração da Montfort em relação ao Vaticano II e à reforma litúrgica. No campo dos fatos, apesar da gritaria da Montfort, a TFP segue recobrando força.

Esses acontecimentos, porém, mostram também a crescente busca de autonomia do IBP em relação à Montfort. O IBP não tem encampado lutas que são historicamente empreendidas por esse grupo no Brasil e agora sequer pode atacar a TFP, como demonstra a retirada desse sermão do site do instituto em São Paulo.

Outrossim, o silêncio da Montfort sobre a Missa celebrada por Dom Schneider demonstra que nem mesmo ela está hoje à vontade para tais ataques de maneira pública e oficial. Nesse quadro, a briga tende a mergulhar apenas em calúnias e detrações de bastidores.

Cabe a nós acompanhar o desenrolar dessas pendengas, mantendo-nos fiéis aos fatos e rezando para que tudo termine da melhor forma possível, isto é, da forma que Nosso Senhor Jesus Cristo seja mais respeitado e mais amado, com a difusão da Santa Missa Tridentina, com o fim dos partidarismos e divisões que grassam no meio tradicional brasileiro.

* Fale com o autor: manoelgonzagacastro@gmail.com

     

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